segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

marítimo b 1 - varzim 0

"Já então era assim, a rua da Junqueira transformava-se num mar de luz, num corredor de brilho, riscando a escuridão no cimento da cidade. E eu percorria-a devagar, deambulando ao acaso numa felicidade que entontecia os olhos famintos de espanto na surpresa que a beleza das montras me provocava"

Só o Manuel Machado escreve melhor do que esta moça, naquele denominado machadês tão próprio do treinador de futebol. Recordemos:




Eu também fiquei entontecido com a prosa desta moça que uns se lembraram de dizer que era escritora. Que tesourinho deprimente! Até fui contaminado. Reparem:

Foi entontecido que liguei o rádio para ouvir o delicioso relato do nosso incandescente Varzim, um clube que provoca lágrimas que são rios nos olhos brilhantes dos poveiros, onde se podem ver reflexos do presépio natalício, em que luzes brilham para os céus estrelados, onde pernoita o Deus menino. Deus me livre! Que seca! E eu aqui a milhares de quilómetros do nosso Varzim que jogou ontem na Madeira contra o Marítimo, mas o B atenção.

E este Marítimo saiu-se bem, muito pelo cansaço da viagem em que a equipa viu um enorme atraso no voo, o que entonteceu os jogadores ao ponto de eles verem estrelas em campo, estrelas que pareciam o menino jesus, esse traço de luz que rasga o cimento da Póvoa de Varzim.

Enfim! O Varzim regressa em Janeiro para jogar contra o Ribeirão. A cidade vai-se encher de forasteiros, se não chover.

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