segunda-feira, 29 de outubro de 2012

buenos era comilão

Buenos sentia-se poderoso na Câmara. Não tinha que dar satisfações a ninguém. O único que estava acima dele ainda mais preguiçoso era. Levantava-se às 9 da manhã e de imediato se deslocava para o ginásio construído com o dinheiro dos contribuintes, onde treinava pugilismo. Só por volta do meio-dia pegava ao serviço. O Outro não se importava porque à tarde ia para o restaurante do sócio falar de compra e venda de terrenos e a coisa ficava ela por ela. Sobrava tempo para apreciar as beldades que ia recrutando sempre que presidia a um concurso público. O cheiro a Chanel inebriava-o e transportava-o para cenas de sexo escaldantes.

Este Xanel está estragado, vociferou ele quando entrou um candidato barbudo a cheirar a alho.

Buenos excluía-os na primeira oportunidade. Só gaijas, dizia ele para o secretário do concurso.

A fama rapidamente se espalhou: era a mulher do Xaimite, era a do João Contador, era a do Gervásio, Buenos comia todas sem apelo nem agravo.

Quem desconfiava mantinha-se em silêncio com medo de represálias, já que Buenos quando se preparava para os combates de pugilismo tomava sempre um composto energético que o punha como o Popeye. Oh:


Um murro nas costas de Buenos era uma certidão de óbito, de forma que os seus mais directos colaboradores assustavam-se sempre que o viam sob o efeito do composto.

É um bixo meu, dizia o Zacarias.

Um dia aconteceu o escândalo que Buenos tanto temia, já que a esposa se cortasse relações poderia deitar tudo a perder no que a corrupção dizia respeito.

Verificou Buenos que, após descarregar o autoclismo da casa de banho privada do gabinete, surgiam sinais de entupimento pelo borbulhar da água.

Badalhocos que deitam as piriscas prá canalização! Disse ele.

De imediato chamou por rádio os funcionários encarregados desse tipo de serviços:

Onde andaindes?

Estamos a desentupir um cano Dr. Buenos.

Binde já ó meu gabinete queu tenho aqui um servicinho.

Quando o Nando e o Ferreira começaram a limpar o cano deu-se a surpresa:

Ó Doutor isto tá xeio de balões carago!

Que estais pra aí a dizer pá? Indignou-se Buenos.

Num é balões, é camisas de bénus xeias de ar, disse o Nando.

Xeias de ar não, indignou-se novamente Buenos.

A partir desse dia Buenos passou a ter um pacote de bolachas de baunilha para comer sempre que tivesse fome. A esposa tratou de colocar a irmã a vigiá-lo hora a hora e Buenos largou o pugilismo, pois o musculo para nada servia.



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

garrett e varzim de mãos dadas

Aires Pereira sorri de visita às obras do Garrett


Desde já faço um apelo ao meu companheiro de partido, o nosso partido PSD, Eng. Aires Pereira: vamos vender apartamentos no local onde se situa o Garrett. É mais lucrativo nestes tempos de crise e vai fazer com que a Póvoa cresça e crie mais postos de trabalho. Temos o know how do nosso companheiro do nosso partido PSD, Caldeira Figueiredo, que tomou essa decisão para o Desportivo da Póvoa, sempre munido das suas calças cor de rosa que bons frutos tem dado. Parece que já vendeu 30 apartamentos, dizem as más línguas não é. Que acha Eng. Aires? Vi as fotografias da sua visita ao Garrett e verifiquei que não usou capacete, num estilo que lembra Sócrates ou Cavaco Silva. Cuidado! Olhe se lhe caía um pedregulho na cabeça carago, ficávamos sem candidato. E o Varzim também pode fazer a mesma coisa, agora que Hagen pediu 9 milhões de euros para pôr fim ao negócio-estádio e o advogado do Varzim está atrapalhado para perceber as cláusulas do contrato. Toca a vender apartamentos. Este moço que foi para lá, como é o nome dele, Vicente qualquer coisa não é? Ele que fale com o Caldeira que ele recebe-o. Tem que se inscrever primeiro no nosso partido PSD, senão ele não o recebe. E que leve umas calças cor de rosa também. Que é feito do Dr. José Reina? Ele disse que o negócio ia para a frente e que Hagen estava em condições de avançar. Avançar para onde? Ai não foi ele que disse isso? Então quem foi?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

como eles copiam sem vergonha

Nem queria acreditar quando ouvi a notícia, amigos poveiros laranjas do nosso partido PSD:
 
 
 
Estes brasileiros não sabem o que fazer a nível literário e cultural e então copiam as ideias do Dr. Luís Diamantino, o vereador poveiro que fez da cidade a Capital Mundial dos Livros, quer através do famoso Correntes D'escritas, quer pelos escritores que vêm cá lançar os seus livros.
 
Nem sequer uma referência ao mentor desta ideia, nem sequer um obrigado, e pior ainda, nem sequer o convidaram para a mesa de honra, ele que através dos nossos impostos andou a pagar viagens a colombianos, a venezuelanos, a brasileiros, a espanhois, a uruguaios e até a cubanos
 
Mas não faz mal: cá se fazem, cá se pagam.
 
Em jeito de solidariedade quero dizer o seguinte ao Dr. Luís Diamantino, apenas para o animar:
 
NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER! Já dizia o poeta.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

o outro queria ser rei

É a maior incógnita da política local: quem convenceu o Outro de que isto era uma dinastia. A expressão teve tal impacto na sua vida que ele sonhava quem poderia ser da sua família o seu sucessor. Sim porque ele quando ouviu a palavra dinastia foi ao dicionário ver o significado. Que porreiro! Disse ele em frente ao espelho. Ora poderia ser o meu irmão, ou o meu primo, ou o meu filho, ou a minha tia, tanta gente que me poderia suceder. É sinal que tenho gente com qualidade na família, eh eh eh! Ria-se ele todo babado.
Saiu para a rua e virou-se para os cidadãos: isto é uma dinastia e eu vou ter um sucessor.

É pá, vais ser o rei então. Olha, tens que trazer a croa amigo. Dizia o Damião envolvido com a oposição.

Já o Venâncio do mesmo partido gritou bem alto: é preciso tê-los no sítio pra ser rei.

Eh eh eh! Ria-se o Outro. É verdade e eu tenho-os.

Mas num mostres, da-se, inda dizem que és um cavalo de corrida, respondeu o Damião.

Chegado à Câmara o Outro foi logo ter com Buenos que estava a ler uma entrevista do seu chefe aqui do Norte: Buenos, Buenos vou ser rei, tenho uma dinastia.

Ai vais? E quem te disse isso?

Todos dizem, todos me reconhecem como rei. Sou rei, sou rei, sou rei! Gritava o Outro. Achas que convide o meu primo para me suceder?

Qual? O que está sempre no Gato Preto?

Não, aquele que tirou o curso com o Relvas.

Ah!

Buenos que tinha tudo programado para assaltar o poder não gostou nada da brincadeira e, em desespero, passou a frequentar os cafés mais badalados, aqueles onde a oposição se reunia, onde os comparsas discutiam política, onde os empresários seus amigos jogavam poker.

Então Jesuíno o que se diz por aí de mim?

Diz-se que tu és um chulo agarrado ao poder.

Quem foi que disse isso keu parto-lhe já as bentas.

No clube dos empresários: Oh Dr. Pedro São Félix então o que se diz por aí de mim?

Diz-se que tu o que queres é apartamentos de borla.

Quem foi que disse isso?

Todos dizem.

Buenos começou a temer pelo seu futuro político, mas num passe de magia tramou uma solução para entalar o Outro, o rei.

Tá Outro? Diz Buenos, respondeu o Outro a conter o riso por ver que Buenos ia de vela, por ser tão fraquinho.

Precisamos reunir para definir estratégias.

Vamos, vamos reunir, respondeu o Outro cheio de felicidade.

À hora marcada estavam todos, menos o Outro que chegou atrasado 30 minutos. Sentou-se em silêncio.

São horas de chegar? Perguntou Buenos.

Sabes que eu sou o rei e chego à hora que quero, disse com sobranceria o Outro.

Buenos iniciou o discurso:

Meus amigos, como sabem, o partido está a estudar o nome para suceder aqui ao Outro. O Outro não gostou desta introdução. Nós somos uma democracia e é a maioria quem decide. Então o partido decidiu que sou eu quem vai candidatar-se.

Porquê tu? Perguntou em pânico o Outro.

Porque eu soi presidente do partido e eu é que decido.

Mas assim não é uma dinastia isto?

Pois num é não.

O Outro saiu em desespero e perante a falta interna de apoios, já que Buenos controlava todo o aparelho, foi para as rádios apresentar-se como a chave para a solução:

Eu já estou farto de dizer quisto num é uma dinastia, em que vai de família para família, isto é uma democracia e quem decide é o partido e como ele é o presidente do partido, ele acha que tem condições para ser ele o candidato. Disse o outro com a espuma no canto da boca enquanto controlava a raiva.

Entretanto algures Firmino sofria: ai que tou doentinho!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

agora é o porto a roubar ideias

Olha pra este prato! Isto até faz mal ao figado.
Há umas semanas o amigo poveiro laranja lembra-se quando eu expressei aqui a minha revolta por estarem a roubar as ideias do Dr. Afonso Oliveira, sem ele se poder defender, sem ele poder responder, sem ele poder contra-atacar. Todos me deram razão quando eu aqui escrevi sobre a infâmia que Lisboa programou contra a nossa Póvoa. Pois agora é o Porto que vem com a mesma partida de mau gosto. O Carnaval é em Fevereiro pá, digo eu. Quereis ideias? Comprai-as.

Veja a notícia amigo poveiro laranja do nosso partido PSD:

Ai já se pode reservar? Tende vergonha pá! Quando é a nossa inciativa dos Sabores Poveiros nunca vi o jornal Público dar voz à nossa cidade, mas agora com uma coisinha de nada fazem manchete em tudo o que é rádio e televisão escrita e falada, digo eu.
Aires pá, temos que agendar uma vingança: vamos organizar um grande magusto com os velhinhos da cidade e das freguesias, a um euro por pessoa, pedimos ao Paulino para arranjar o vinho e as castanhas o comilão Ramalho que as traga de Cabeceiras de Basto. Pomos música gravada e convidamos o jornal Público para vir assistir. Malandros!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

os suecos andam a dormir

Foi a maior injustiça de que há memória por estes lados e pelos outros lados também, amigos laranjas do nosso partido PSD. Eu tenho que gritar bem alto e com os pulmões bem cheios: ide enganar a vossa prima suecos!
Já vi que os meus amigos laranjas querem saber o porquê da minha indignação, da minha tristeza, da minha revolta. Eu explico:

Então não foram entregar o prémio nobel da paz à União Europeia! O que foi que a União Europeia fez pela paz amigos poveiros laranjas? O que foi? Que responda o Barroso que ele deve saber. Responde Barroso. Fez nada, pois claro. E aqui na Póvoa o que se fez Barroso? Fez-se tudo, pois claro. Este é que é um poveiro laranja com visão. Aires arranja-lhe um tacho de vereador, peço eu e aqui reafirmo a minha cunha pró Barroso.

Repare bem amigo laranja poveiro do nosso partido PSD: onde é que se comemora a paz? Na Póvoa de Varzim, respondo eu e já se comemora há 20 anos, mais ou menos. E ninguém reconhece o trabalhao do poeta Ferraz em prol da paz, e do vereador Diamantino que até chora nesse dia?

E tem mais para chamar a tenção desses suecos que só pensam em sexo: as pombas que são lançadas no dia da PAZ na Póvoa de Varzim se sobreviverem às intempéries são recolhidas e depois usadas no campeonato de tiro ao pombo organizado pelo Clube de Tiro de Rates, cujo sócio número 1 é o Sr. Dr. Macedo Vieira.

Já estou farto de dizer: vinde à Póvoa ver como se fazem as coisas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

câmara da póvoa de varzim de boa saúde financeira

Mas teve necessidade de contraír um empréstimo de 7, 5 milhões de euros para liquidação de divídas de curto prazo.
 
 
 
 
 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

aires pereira vai ser presidente antes do tempo

É o que resulta das palavras do Dr. Macedo Vieira que está disposto a ceder o seu lugar antes das eleições de 2013. Esta é uma notícia que deve deixar os nossos companheiros laranjas do nosso partido PSD contentes. E porquê? Porque foi sempre Aires Pereira quem mandou e agora vai mandar ainda mais, digo eu. Toda a gente pensava que depois de Macedo Vieira era o caos. Mas afinal não é o caos. O caos era quando ele lá estava. Pelo menos é o que diz a oposição. Nota-se nas palavras do Dr. Macedo Vieira que ele não está feliz. Primeiro diz que Aires Pereira dá um bom presidente, depois já diz que é o partido que decide, para no fim dizer que é um bom candidato. A seguir desata a chorar desenfreadamente. E cita filósofos e mais filósofos, depois engana-se nos números da divída e em seguida diz que a Câmara não deve nada a ninguém. Entretanto Aires Pereira diz que reuniu com Paulo Macedo para tranquilizar todos aqueles que o abordavam na rua sobre as valências do Hospital. Paulo Bento tranquilizou-o e ele trouxe essa tranquilidade para os poveiros. Telefonou para a rádio Onda Viva e em directo deu essa injecção de tranquilidade. Está ganho amigos laranjas!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

buenos queria ser chefe da polícia

A maior aspiração de Buenos enquanto político era ser chefe da Polícia, não a polícia dele que, essa, ele detestava, porque achava que não passavam de gordos, parasitas e medrosos, mas a outra polícia. Os momentos mais felizes da sua alegre vida na Câmara tinha-os Buenos quando ocorriam eventos desportivos, em que a Polícia estava em peso. Buenos chegava ao local de forma triunfal, colocava-se em sentido e batia a continência aos agentes. A seguir iniciava aquela amena cavaqueira em que assuntos como o futebol, o governo e gajas vinham ao de cima. Quando via algum opositor entre a assistência, Buenos aproximava-se dum agente e iniciava um banal diálogo sobre o tempo, os turistas ou o aumento de vencimentos dos agentes, sempre com o polegar apontado para trás para dar a entender que o tema de conversa era esse tal sujeito e que supostamente estaria a dar instruções para o deter. Olhava várias vezes para trás e ria-se. Os mais incautos amedrontavam-se e fugiam com receio de serem detidos. Já foste meu marmelo, dizia Buenos triunfante.
Já da sua polícia Buenos, se pudesse, mandava-os a todos plantar couves para o campo. Cambada de malandros, dizia ele para os correligionários políticos.
Recorda com frequência um episódio ocorrido numa conhecida praça da cidade, em que mais uma vez teve que apelar aos serviços dos amaldiçoados agentes.
São Félix era o empreiteiro que ganhava todas as obras na cidade. Ganhava ele as obras e Buenos prendas, como relógios caros, viagens, automóveis topo de gama e até apartamentos que ele combinava para que continuassem em nome do construtor para não levantar suspeitas, não fosse algum energúmeno da oposição denunciar junto das autoridades.
O São Félix ganhou a construção dum parque de estacionamento subterrâneo, mas exigiu a Buenos que todo o estacionamento à superfície fosse pago e bem pago, mais caro do que debaixo da terra, de forma a que todos passassem para o andar de baixo e ele tivesse mais lucro e pudesse dar mais prendas a Buenos. Este tipo de conversa deixava Buenos louco de felicidade.
O problema é que ninguém gostava de pagar parque só para ir ao banco, tomar um café ou ir almoçar a casa da sogra. E Buenos sabia disso perfeitamente, tanto que aproveitava os locais de cargas e descargas para deixar lá o seu carrinho, enquanto tratava dos assuntos que o apoquentavam no dia-a-dia.
Até que um dia o local estava todo ocupado e Buenos não tinha lugar: filhos da pruta que me andam a dar cabo da vida, vociferava ele. Ligou para o Bino, chefe da polícia e perguntou:
Onde tão teus homes pá?
Tão a trabalhar.
Chama-os já aqui para vir multar estes caragos que abusam da pacência dum home.
Lá chegados os agentes trataram de cumprir ordens, vindas de dentro do automóvel de Buenos, o qual se escondia para o pessoal não saber que era ele que estava por trás da malfeitoria.
O primeiro a ser multado ia ser um BMW, mas o agente foi rapidamente dissuadido: pá esse não boi, deve ser do Doutor Celestino, és tolo? Multa aí esse Fiat 127.
De repente chega o dono: questa merda pá?
O senhor está no cargas e descargas.
Estou porque estou a descarregar.
Vai lavar as cuecas pá! Ouviu-se de repente.
Espaço livre e Buenos ocupa a seu bel-prazer, toma um café, vê se a conta bancária já está a actualizada com o vencimento do empreiteiro e ainda foi dar um beijo à mulher que tinha uma nova funcionária a quem ele andava a piscar o olho.