segunda-feira, 28 de novembro de 2011

lousada 1 - varzim 2

«O Varzim não é um clube vulgar. É uma família inteira de gente que partilha as dificuldades, os sucessos, os dias de sol e os dias de chuva. O Varzim é identidade de um povo muito especial com uma forte ligação às coisas do mar e que tem um sentimento de pertença à Póvoa de Varzim e ao Varzim. O "meu" Varzim e a "minha" Póvoa é um dos credos mais sagradas deste povo muito especial. Apesar de estar a milhares de Kms de distância da "minha" Póvoa e do "meu" clube, nunca estive tão perto pois nunca saio dessas minhas âncoras onde estão os meus pais, os meus amigos e a minha vida. Bom fim de semana!»

Quando leio este tipo de textos entre o cabotinismo e o apelo ao sentimento fico logo mal disposto. E a culpa não é de quem escreve, porque esse não sabe mais e há-de permanecer sempre na sua ignorância, a culpa é de quem deixa estes tipos entrarem nos corpos sociais do Varzim. Tenho dito, e agora até me apetecia nem escrever a crónica do Lousada-Varzim, mas tenho medo de perder o emprego na Câmara e ser corrido de bombeiro voluntário. Cuidado amigos varzinistas do PSD! Temos que estar atentos a estas manobras de bastidores que mais não visam do que a auto-promoção.

Já chateado entrei no carro para ir ver o jogo. É que eu, mesmo que estivesse a milhares de quilómetros de distância vinha de propósito ver o clube jogar, não mandava recados pela internet. Já ia a caminho de Lousado e só a meio é que reparei que era Lousada. Telefonei à minha mulher: onde é que fica Lousada mulher? Vens-me perguntar a mim? Eu é que sei? Telefonei para os bombeiros. Pá daqui é o Zeca, onde é que fica Lousada? Fica perto de Paços de Ferreira, disse do outro lado o Panchito.

Entrei no estádio 15 minutos depois da hora. A sorte é que ainda estava 0-0. Liguei o rádio e soube que o Varzim não estava a jogar nada.

Neste jogo importantíssimo para as aspirações do Lousada, o Varzim alinhou com Roberto na baliza, Cássio, Nico, Jorge e Daniel no quarteto defensivo, Bambo, Elias e Valdir no meio campo e o trio atacante com o Eloi, Marco e Bruno.

O 0-0 ao intervalo espelhava a mediocridade dum jogo que me custou 10 euros. Eu ainda disse que era bombeiro à entrada, mas o gajo respondeu pronto: és bombeiro pagas comós outros. Trinquei a língua para não lhe espetar um sarrafo nas bentas.

Quase que me faltava o ar quando Eloi entrou na área e rematou colocado fazendo o primeiro golo para o Varzim, corriam os 29 minutos da segunda parte.

Lembrei-me logo: estou a milhares de quilómetros, choro o meu varzim, a alma, o ser da Póvoa, o meu povo, os meus irmãos. Vai enganar o carago!

Comecei a gritar: Varzim! Varzim! Varzim! Os gajos do Lousada começaram a olhar para mim. Estava a ver que ia levar uma polinheira!

Balde de água fria aos 40 minutos da segunda parte. Pisco do Lousada centra para cima da baliza do Varzim e Cássio faz auto-golo. Estava reposta a igualdade. Já tinha o dia estragado e tinha, de forma que estive quase para me levantar e vir embora, para não ter que andar à porrada dentro do estádio.

Quando já sacudia as calças para limpar as cascas dos amendoins que levei para comer, eis que aos 43 minutos Marco repõe a verdade do jogo e faz um golo de belo efeito, com o resultado final de 1-2.

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