domingo, 20 de março de 2011

filosofando sobre a sucessão


Parece que é estratégia dos principais partidos portugueses a cedência do lugar de Presidente de Câmara ao seu vice, isto por via da imposição legal de limitação de mandatos. Já aconteceu em duas ou três Câmaras e progressivamente ir-se-à estender a muitas outras.
Na Póvoa de Varzim as coisas estão mais difíceis. Ao sinal dado por Aires Pereira, Macedo Vieira mostrou indiferença. E percebe-se: não é Aires Pereira o sucessor que ele gostaria de ter. Talvez Luís Diamantino. Talvez uma figura não ligada aos últimos anos de poder autárquico. Se assim não fosse, Macedo Vieira nunca viria publicamente defender uma coligação com o CDS para 2013. Ele sabe que a candidatura de Aires Pereira é um risco, principalmente pelos antecedentes criminais deste.
Mas o que está a colocar mais entraves ao processo de sucessão são os veículos automóveis. Macedo Vieira circula num BMW com motorista. Já Aires Pereira circula num recentemente adquirido Volvo, um carro até com melhor aspecto do que o BMW de Macedo Vieira. Luís Diamantino, coitado, ainda anda no velho "Bora" que até ao Armindo Ferreira de Rates foi um distribuído.
Vejamos: se Macedo Vieira sair, o que até é bom para Aires Pereira que dessa forma pode treinar o exercício da Presidência, provavelmente ficará este com o BMW e o motorista, porque um é indissociável do outro. E o Volvo? Será entregue a Luís Diamantino? Mas ele nunca conduziu um Volvo. Não será perigoso entregar um carro topo de gama a um indivíduo que tem o livro como sua principal referência?
A não ser que Aires Pereira não prescinda do Volvo e ande com motorista à semana e sozinho ao fim-de-semana, fazendo dele coisa sua. Mas aí Luís Diamantino ficará, provavelmente, aborrecido com a situação, ele que está sempre à espera de melhores dias na autarquia.
Está aqui um bico de obra de difícil solução.

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